sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Relações e corelações entre Filosofia e Física


Heráclito, Lao tzé e a Física Quântica:
O universo auto-organizado
Heráclito ( 544 a.c – 484 a.c ) nasceu na cidade grega de Éfeso e pertencia á alta aristocracia . pensador pré –socrático que se desenvolveu o conceito de verdade universal chamada logos o principio de unificação e da harmonia que regem o universo. Achava que todas as coisas eram fatos de um única e permanente substancia, relacionado aos quatros elementos terra, ar, fogo e água. Para Heráclito o fogo é o que representava melhor o sentimento primordial da natureza, uma chamada acesa em constante transformação. O conhecimento das coisas estava na busca intima de cada pessoa. Algumas frases ficaram de sua autoria sintetizam bem claramente este ordenamento cósmico:
“ninguém consegue entrar duas vezes no mesmo rio”
“tudo no universo flui nada permanece”
“A vida e a morte, a vigília e o sono a mocidade e a velhice são a mesma coisa. Uma transforma-se na outra, e esta volta a ser o que era primeiro, numa constante fluidez.”
O pensamento de Heráclito assemelha ao de Lao Tzé (Lao-Tsé 1324 a.c- 1408 a.c foi um importante filósofo da China antiga. Conhecido como o autor do "Tao Te Ching", a obra basilar da filosofia taoísta ) percebe-se uma clareza em seu pensamento que muito se aproxima da integridade do pensamento dos taoistas. Os três intuitos cósmicos demonstram na pluralidade do saber, que se adquire através das ferramentas como dedicação, disciplina e perseverança para gerar uma bagagem de experiências físicas, mentais e espirituais por intermédio da busca de aperfeiçoar-se aumentando o nível da habilidade ao “estado de arte”. Através deste “estado de arte” que perpassa todas as áreas da especialização humana. Mas cada área possui características que as diferencia das demais. Através da intuição que origina a base necessária para interferir no Tao onde se encontra o “estado de arte”. Tao é universal, flui como as águas de um rio, desde sua nascente até o mar, produz com sua fluidez transformações no seu leito e nas suas margens. Podemos expressar sua concepção política em termos científicos . é como a menor partícula do cosmos, e o seu menor reduzido de sua liberdade e imensa tolerância. Então a democracia Tao é a micro partícula , ou seja, é sua menor expressão política que mantém a igualdade com o todo integrando, onda e partícula. Portanto, devemos lembrar que a proposta do Tao é a possibilidade de articulação que envolve um mesmo construto teórico para grandes e pequenas escalas. Assim como a teorias cientifica que envolve a articulação da teoria da relatividade geral com a física quântica. Teoria cientifica que propondo uma dinâmica triangulação casual que permita conciliar o macro com o micro. Esta triangulação dinâmica casual permitiria que partículas individuais minúscula do espaço-tempo se auto-organizam. A partir disso pode emergir um espaço-tempo multi- dimensional o resultado seria universo semelhantes mas não iguais ao nosso e como as águas de um rio estão em constante mudança no seu eterno e incessante processo de reorganização .
Em direção a um universo que se auto-organiza : O que poderíamos avançar a partir destas aproximações?
Primeiramente, ganhamos elementos para pensarmos o universo enquanto um grande processo de auto-organização. A relação entre estes dois filósofos e as teorias físicas atuais, abre a possibilidade de criticar as petrificações teóricas em todos os campos do conhecimento humano ( filosofia, sociologia, arte e ciências exatas ), afirma que a todos funcionam da mesma maquina auto-organizativa constituída por atratores estranhos, que são processadores das transformações que acontecem em vários níveis de realidade no espaço –tempo.
Enio Jauar


Dizemos aos confusos, Conhece-te a ti mesmo, como se conhecer-se a si mesmo não fosse a quinta e mais difícil operação das aritméticas humanas, dizemos aos abúlicos, Querer é poder, como se as realidades bestiais do mundo não se divertissem a inverter todos os dias a posição relativa dos verbos, dizemos aos indecisos, Começar pelo princípio, como se esse princípio fosse a ponta sempre visível de um fio mal enrolado que bastasse puxar e ir puxando até chegarmos à outra ponta, a do fim, e como se, entre a primeira e a segunda, tivéssemos tido nas mãos uma linha lisa e contínua em que não havia sido preciso desfazer nós nem desenredar emaranhados, coisa impossível de acontecer na vida dos novelos, e, se uma outra frase de efeito é permitida, nos novelos da vida.

La nature


La Nature
Uma claridade agradável tomba do céu.
Se espalha como jóia viva
A se oferecer aos homens.
Todas as coisas boas,visíveis,
Sublimes e agradáveis.
Qual o longe eco de
Uma bela e esplendida imagem.
Desta paisagem de doce repouso
Onde o homem esquecido dos sofrimentos do espírito.
na calma sagrada desta água ,
repousa sobre a amarelada folha
em campos floridos com irresistível esplendor
e a toda parte o verde se estabelece magnífico.
Enio Jauar

O Egoísmo de Max Stirner – breve amostra

Textos extraídos de «O Único e a sua Propriedade», 1843

Que causa não tenho eu para defender? Antes de tudo, a minha causa é a boa causa, é a causa de Deus, da Verdade, da Liberdade, da Humanidade, da Justiça; depois, é a do meu Príncipe, do meu Povo, da minha Pátria; a seguir, será a do Espírito, e mil outras ainda. Mas que a causa que defendo, seja a minha causa, a causa muito minha, isso nunca! «Olha o egoísta só pensa nele!».

*

Eu também amo os homens, não apenas alguns, mas cada um deles. Porém, amo-os com a consciência do meu egoísmo: amo-os porque o amor me torna feliz, amo porque é-me natural e agradável amar. Não conheço a obrigação de amar. Sinto simpatia por todo o ser que sente, o que o aflige – aflige-me, e o que o alivia – alivia-me. Poderia matá-lo, mas não seria capaz de martirizá-lo. Ao invés, o nobre e virtuoso filisteu que o príncipe Rodolfo dos «Mistérios de Paris» é, esforça-se por martirizar os maus, porque o exasperam. A minha simpatia prova simplesmente que o sentimento daqueles que sentem também é meu, é minha propriedade; enquanto o procedimento impiedoso do «homem de bem» (a maneira como trata o notário Ferrand) lembra a insensibilidade daquele salteador que, segundo a medida da sua cama, cortava ou esticava as pernas dos seus prisioneiros. A cama de Rodolfo, à medida da qual ele talha os homens, é a noção do «Bem». O sentimento do direito, da virtude, etc., torna-o duro e intolerante. Rodolfo não sente como o notário; sente pelo contrário, que o «criminoso tem o que merecia». Isto não é simpatia.

O vosso amor pelo Homem é uma razão para vocês torturarem o indivíduo, o egoísta; o vosso amor pelo Homem faz de vocês carrascos dos homens.

*

A associação não é mantida por um laço natural nem por um vínculo espiritual; não é uma sociedade natural nem uma sociedade moral. Não é a unidade de sangue nem a unidade de crença (ou seja, de espírito) que a faz nascer. Numa sociedade natural – como uma família, uma tribo, uma nação ou mesmo a humanidade -, os indivíduos só têm valor como exemplares dum mesmo género ou duma mesma espécie; numa sociedade moral – como uma comunidade religiosa ou uma igreja -, o indivíduo não passa de um membro animado pelo espírito comum; tanto num caso como no outro, o que tu és como Único deve passar para plano secundário e desaparecer. Só na associação a vossa unidade pode afirmar-se, porque a associação não vos possui, porque são vocês que a possuem e que se servem dela.

*

Levas para a associação toda a tua força, toda a tua riqueza, mas nela fazes-te valer. Na sociedade, tu e a tua actividade são utilizados. Na primeira, vives como egoísta; na segunda, vives como Homem, isto é, religiosamente (trabalhas na vinha do Senhor). Deves à sociedade tudo o que tens, és seu devedor e estás obcecado por «deveres sociais»; à associação, não deves nada: ela serve-te e tu abandona-la, sem escrúpulos, a partir do momento em que deixas de tirar dela qualquer proveito. (...) a associação é teu instrumento, tua arma, estimula e multiplica a tua força natural. A associação só existe para ti e por ti; a sociedade, pelo contrário, reclama-te como sua e pode existir sem ti. Em suma, a sociedade é sagrada e a associação é tua propriedade; a sociedade serve-se de ti e tu serves-te da associação.

*

Sou o proprietário da minha potência e sou-o quando me sei Único. No Único, o possuidor regressa ao Nada criador de que saiu. Todo o Ser superior a Mim, quer seja Deus quer seja o Homem, enfraquece diante do sentimento da minha unicidade e empalidece ao sol desta consciência.

Se baseio a minha causa em Mim, o Único, ela repousa sobre o seu criador efémero e mortal, que se devora a si mesmo, e posso dizer: Não baseei a minha causa sobre Nada.

*

Filho de um casal de classe média baixa, Albert Christian Heinrich Schmidt e Sophia Eleonora. Seu pai morreu em 1807 e em 1809 sua mãe casou-se novamente com um farmacêutico, Ballerstedt, e eles se mudaram para Kulm na Prússia oriental.

Em 1819 foi para Bayreuth fazer o prestigioso Gymnasium morando com uma tia. Em 1826 foi para a Universidade de Berlim estudar filosofia com Schleiermacher, Marheineke e Hegel. Continuou seus estudos na Universidade de Erlangen em 1829, transferindo-se, na mesma época, para a Universidade de Könisberg, retornando e concluindo seus estudos em Berlim entre 1832 e 1834.

Colaborou no Diário do Reno, em 1845, com Karl Marx. Assinava em seus textos pelo nome de Max Stirner, que em alemão pode significar "Max, o testa grande".

Frequentou os círculos de discussões dos jovens hegelianos de Berlim no Hippel's Weinstube, local onde se reuniam os Die Freien - Os Livres - sob a liderança dos irmãos Bruno Bauer e Edgar Bauer. Nesta época conheceu Marie Dähnhardt, uma das frequentadoras do Hippel's com quem viria se casar em 1843. Em 1844 publicou sua única obra: "O único e sua propriedade".

A FENOMENOLOGIA DO EGOISMO DE MAX STIRNER

O intinerario stirniano constitui-se na condensação das variáveis contempraneas do pensamento ocidental. Podemos notar em seu pensamento , mesmo que de forma antecipada, questões que posteriormente, estarão configuradas de modo mais definido em obras de autores com Nietzsche,Freud, Hidegger e Sartre, entre vários. Stirner é considerado por muitos como um dos pais do anarquismo.

O EU COMO PROPRIEDADE

Para Stirner, o Eu, como unidade ( individualidade ) singular, é o fundamento de sua esfera existencial. Mas até o momento , toda a ação humana tem sido tolhida, e sua existência como indivíduos não lhes é permitido determiná-la. A sua defesa da individualidade o leva a rejeitar categoricamente todo e quaisquer condicionamentos exteriores ao EU, sejam materiais ou espirituais, por representarem aos seus olhos, forças que oprimem, limitam e escravizam os indivíduos, expropriando-os de si.

Stirner se rebela contra esta determinação de que algo possa ter conteúdo fora do individuo. Ele critica todas a formas de alienação que, segundo ele, tem vitimado os homens, para em seguida demonstrar a individualidade como principio e fim de si mesma.

O processo de alienação

No interior do pensamento stirneriano, a apreciação do fenômeno da alienação está diretamente ligada ao desdobramento da individualidade, que Stirner aborda analisando as fases ( antecipando Freud) da infância, adolescência e idade adulta.

Segundo ele, desde o nascimento o individuo luta com o mundo, no qual é lançado como um dado entre tantos, buscando encontrar e afirmar a si próprio, pois a criança ao entrar em contato com as coisas se opõe as suas intervenções, afirmando sua independência em relação aos objetos do mundo, afirmando assim sua existência . A criança observa e experimenta as coisas visando desvelar o que nelas está envolto em uma neblina que não permite o desvendar de seu fundamento.Teme e respeita o que lhe é exterior até descobrir em si forças capazes de superá-lo. Assim, encontramos a nossa ataraxia, isto é,nossa resistência , nossa supremacia, nossa invencibilidade, e quanto mais nos sentimos nos mesmos, tanto menor se mostra o que antes parecia invencível. Portanto onde se encontra esta força obstinada contra o mundo totalitário do objeto? O ESPIRITO! O mundo objetivo já não exerce nenhum domínio sobre o individuo, pois no adentrar de nossa juventude: declaramos o mundo desacreditado porque nos estamos acima dele, somos ESPIRITO.

O desvelar do seu ESPIRITO, o jovem adota um comportamento teórico.porém, não se confrontando mais com as coisas, passa a se defrontar com os imperativos de sua consciência. Ocupando-se tão somente de seus pensamentos, interessando-se pelo mundo somente quando vê nele a manifestação do espírito, sacrifica sua vida visando realizar seus ideais. Buscando desenvolver e enriquecer seu espírito, o jovem reconhece que embora EU seja espírito, não sou, contudo, espírito completo e devo primeiramente procurar o espírito perfeito. Portanto o jovem vendo-se diante da perfeição do espírito completo perde-se novamente, pois fica de frente de algo que não lhe é próprio, mas que está além de mim, sentindo, com isso o vazio.

Diferente do jovem, o adulto aperfeiçoa a si como pessoa e encontra prazer em si mesmo como homem corpóreo e vivo, adquirindo um interesse pessoal e egoísta, isto é, um interesse não somente por nosso espírito, mas pela satisfação total do individuo. O adulto repele o espírito da mesma forma que o jovem repele o mundo, usando as coisas e os pensamentos segundo seu prazer. O egoísta coloca diante de tudo seu interesse pessoal. EU devo me descobrir, por detrás dos pensamentos, como criador e proprietário. Os pensamentos,por si mesmos, tornaram-se corpóreos, eram fantasmas( Deus, papa, pátria e etc). Mas ao destruir sua corporeidade Eu a reintegro a mim, pois somente EU sou corpóreo. Neste sentido proposto por Stirner, EU toma o mundo como ele é para mim,como minha propriedade. Portanto, a criança, perturbada pelas coisas deste mundo, era realista ate que pouco a pouco atinge o que há por detrás das coisas; o jovem , entusiasmado pelos pensamentos, era idealista, até progredir em direção ao homem, ao egoísta que se comporta à vontade com as coisas e os pensamentos e põe acima de tudo seu interesse pessoal. As etapas da vida são, portanto, caminhos percorridos pelo individuo para apossar-se da consciência de si, atingindo a culminância de seu ser.delineia-se, assim, a determinação fundamental da individualidade stirneriana, que vem a ser o autocentramento na consciência de si.

O Único ( EU ) no Curso Histórico

Transpondo este processo para o curso da historia. Stirner mantém o mesmo procedimento analítico, dando conteúdo ao que se refere no desenvolvimento das fases individuais ao analisar os antigos e os modernos. A antiguidade, período demarcado até o advento do cristianismo,representa a infância, a fase realista da humanidade. Para os antigos, a verdade lhes era evidente através das manifestações do mundo objetivo. Conseqüentemente, eram dominados por ele, submetidos a uma ordem inalterada, vivendo na certeza de que o mundo e as relações por ele impostos, os laços familiares e comunitários, por exemplo, eram os princípios incontestáveis ante os quais deviam se curvar. A impugnação da objetividade como algo dotado de verdade dá inicio a modernidade, identificada por Stirner ao cristianismo. Embora os antigos tenham descoberto o Espírito, não puderam ir além disto: a tarefa de realizá-lo coube aos modernos. A modernidade se caracteriza por um processo de independentização do espírito em relação ao concreto, ou seja, pelo esforço para transcender toda e qualquer determinação sensível, pois para que o espírito seja efetivamente espírito, ele nada pode ter a ver coma a matéria. A soberania do espírito que se estabelece plenamente a partir da Reforma é referendada pela filosofia, ocorrendo legitimação teórica do caráter absolutamente espiritual do ser. Esse processo se inicia com Descartes, que identifica o ser ao pensar, e se completa com a filosofia hegeliana, na qual os pensamentos devem corresponder a realidade do mundo e os conceitos não devem se desprovidos de realidade, dando emfin a reconciliação entre as esperas espiritual e objetiva. Em suma, o resultado alcançado pelos modernos é que tanto no homem quanto na natureza somente o espírito vive. Somente sua vida é a verdadeira vida. De modo que a modernidade culmina em uma abstração .

ATENÇÃO: Por sermos possuidores de um espírito crítico e aberto, anti-religioso, não encaramos este livro ou qualquer outra obra dos grandes pensadores anarquistas, como uma espécie de catecismo. Discordamos de algumas afirmações contidas na referida obra, se bem que concordemos no que se refere aos aspectos fundamentais da sua obra relacionados ao aspectos de impedir a sobreposição totalitária do coletivo em detrimento do individualidade . Por exemplo não podemos aceitar que uma pessoa encare outros seres humanos como objetos utilizáveis ou não, como é defendido numa passagem do citado livro...etc.

Sufrágio Universal: A grande Ilusão


Sufrágio Universal: A grande ilusão
Muitos autores têm na atualidade discutido a existência de uma crise da
democracia, observada pelas crescentes crises políticas, escândalos envolvendo os
representantes eleitos pelo povo e golpes de estado, constantemente noticiados pelos
meios de comunicação.A saída proposta por alguns autores, em seu grande número defensores do Estado Social, ou partidários de um republicanismo-comunitarista é a utilização cada vez mais crescente dos meios de democracia direta, afirmam eles, que esta democracia
participativa seria uma melhor democracia. Aliada a essa proposta, são propostas “reformas” no sistema eleitoral, restrições ao mandato representativo, medidas que dêem forma a uma democracia participativa, direta, cada vez menos representativa. Por outro lado, os liberais defendem o mito que o liberalismo leva à democracia, defendem a representação política, o fortalecimento do legislativo perante a pressão da opinião pública, propostas tendentes a eliminar pequenos grupos políticos como a proposta da cláusula de barreira, buscam aumentar o âmbito das imunidades aos parlamentares, defendem o princípio da duplicidade na representação política, da independência do governante perante o governado.
Evidencia-se por esse fatos o embate antigo entre liberais e republicanos,
democracia moderna e democracia dos antigos, jacobinos e gerundinos, Rousseau e
Sieyès ou Constant. As referidas propostas encerram apenas a visão parcial de um problema crônico dentro da dita "democracia" .O exemplo de Honduras é um caso lapidar.O Brasil, os Estados Unidos (sem muita veemência ), a ONU, a OEA, todos condenaram o golpe em Honduras que derrubou Zelaya. Golpe é golpe, e o presidente eleito tinha todo o direito de lutar para voltar ao seu cargo. Na ausência de outras crises internas, agora o governo brasileiro é criticado por abrigá-lo em sua embaixada em Tegucigalpa. Queriam o que? Que o embaixador fechasse o portão e chamasse a polícia dos golpistas?
O ditador o celerado presidente venezuelano Hugo Chaves, também eleito e reeleito, quando fecha arbitrariamente emissoras de rádio e televisão de oposição (apesar de sabermos que as tais emissoras de comunicação trabalhavam para os golpistas a mando dos EUA), e achar bonito quando o “presidente de fato”, Roberto Micheletti, faz a mesma coisa em Honduras. E que o presidente da Colombia Alvaro Uribe articula o mesmo processo para perpetuação de sua pessoa no poder. Portanto acreditar que o estabelecimento do sufrágio universal garantia a liberdade dos povos e o controle dos abusos de poder. Esta é uma grande ilusão e a compreensão da ilusão, em muitos lugares ,inclusive nos países do “dito” primeiro mundo (vide as eleições de Bush X Al gore, nos Estados Unidos), ou quando na França de Jacques Chirac ele levou a população a acreditar ( através de uma mídia controlada)que seria menos ou mais democrático que o Ultra-nacionalista Jean-Marie Le pen , o que se mostrou um grande engodo, pois ele endureceu as questões econômicas e a deportação de estrangeiros ilegais, isto levou a desmistificação e à desmoralização. A população acabou sendo enredada na teia sufocante do processo de cooptação deste sistema de fichas marcadas.
Hoje depois de aprender com a experiência, e com a política do poder, entendemos a ma fé dos governantes em relação aos seus ideais que se mostraram derrotados e corruptos. Mas tudo parecia tão natural e tão simples: uma vez que os poderes legislativo e executivo emanavam diretamente de uma eleição popular, não se tornariam a pura expressão da vontade popular e não produziriam a liberdade e o bem estar entre a população? Toda decepção com o sistema representativo está na ilusão de que um governo e uma legislação surgidos de uma eleição popular deve e pode representar a verdadeira vontade do povo. O povo espera naturalmente que seus interesses econômicos de bem estar possam fluir sem obstaculos ,e a completa ausência de qualquer organização política ou de poder que possa tolher esta perspectiva, já que toda organização política se destina à negação da liberdade. Estes são os desejos básicos da população mundial. Os desejos dos governantes, sejam legisladores ou executores das leis, são diametricamente opostos por estarem numa posição excepcional. Por mais democráticos que sejam seus sentimentos e suas intenções, atingida uma certa elevação de posto, vêem a sociedade da mesma forma que um feitor vê os escravos, e entre o feitor e os escravos não há igualdade. Quem fala de poder político, fala de dominação. Quando existe dominação, uma grande parcela da sociedade é dominada e os que são dominados geralmente detestam os que dominam. portanto, desde que o poder surgiu no mundo. Isto é o que também explica como e porque os ditos "democratas" e os "radicais" mais violentos, se tornam os maiores defensores do status quo assim que obtêm o poder. A causa principal é apenas a mudança de posição e, portanto, de perspectiva.
Separada como está do povo, por circunstâncias sociais e econômicas, como pode a burguesia expressar, nas leis e no governo, os sentimentos, as idéias, e a vontades populares? É impossível, e a experiência diária prova isto. Na legislação e no governo, e na elite que a controla , ela é dirigida principalmente por seus próprios interesses e preconceitos, sem levar em conta os interesses do população mundial.Pois, terminada as eleições , a necessidade se curvar ao povo com promessas termina, e a sua vontade se torna complacente com os ditames econômicos desta elite.E o povo sem o tempo e o espaço de poder, fica a deriva sem ver suas necessidades atendidas. Portanto,não se pode esperar que o povo, oprimido pelo trabalho e ignorando a maioria das "razões" de Estado, supervisione a contento seus representantes. Na realidade, o controle exercido pelos eleitores aos seus representantes eleitos é pura ficção, já que é um objeto de retórica,visto que,tal mundo no sistema representativo, jamais se realizou.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

sufrágio universal : A grande ilusão


Muitos autores têm na atualidade discutido a existência de uma crise da
democracia, observada pelas crescentes crises políticas, escândalos envolvendo os
representantes eleitos pelo povo e golpes de estado, constantemente noticiados pelos
meios de comunicação.
A saída proposta por alguns autores, em seu grande número defensores do
Estado Social, ou partidários de um republicanismo-comunitarista é a utilização cada
vez mais crescente dos meios de democracia direta, afirmam eles, que esta democracia
participativa seria uma melhor democracia.
Aliada a essa proposta, são propostas “reformas” no sistema eleitoral, restrições
ao mandato representativo, medidas que deêm forma a uma democracia participativa,
direta, cada vez menos representativa.
Por outro lado, os liberais defendem o mito que o liberalismo leva à democracia,
defendem a representação política, o fortalecimento do legislativo perante a pressão da
opinião pública, propostas tendentes a eliminar pequenos grupos políticos como a
proposta da cláusula de barreira, buscam aumentar o âmbito das imunidades aos
parlamentares, defendem o princípio da duplicidade na representação política, da
independência do governante perante o governado.
Evidencia-se por esse fatos o embate antigo entre liberais e republicanos,
democracia moderna e democracia dos antigos, jacobinos e gerundinos, Rousseau e
Sieyès ou Constant.
As referidas propostas encerram apenas a visão parcial de um problema cronico dentro da dita "democracia" .O exemplo de de Honduras é um caso lapidar.O Brasil, os Estados Unidos (sem muita veêmencia ), a ONU, a OEA, todos condenaram o golpe em Honduras que derrubou Zelaya. Golpe é golpe, e o presidente eleito tinha todo o direito de lutar para voltar ao seu cargo.
Na ausência de outras crises internas, agora o governo brasileiro é criticado por abriga-lo em sua embaixada em Tegucigalpa. Queriam o que? Que o embaixador fechasse o portão e chamasse a polícia dos golpistas?
O problema é que o Brasil continua lutando por uma saída diplomática e pacífica, mas está cada vez mais pendurado na teia no momento em que os organismos internacionais nada fazem para resolver o conflito.
Hipocrisia é chamar de ditador o celerado presidente venezuelano Hugo Chaves, também eleito e reeleito, quando fecha arbitrariamente emissoras de rádio e televisão de oposição, e achar bonito quando o “presidente de facto”, Roberto Micheletti, faz a mesma coisa em Honduras. E que o presidente da Colombia Alvaro Uribe articula o mesmo processo para perpetuação de sua pessoa no poder. Portanto acreditar que o estabelecimento do sufrágio universal garantia
a liberdade dos povos e o controle dos abusos de poder. Esta é uma grande ilusão e a
compreensão da ilusão, em muitos lugares (vide as eleições de Bush X Al gore, nos Estados Unidos), levou a desmistificação e à desmoralização. Acho que muitos não queriam enganar o povo, mas neste caso eles próprios acabaram sendo enredados na teia sufocante do processo de copitação deste sistema de fichas marcadas.
Eles estavam firmemente convencidos quando prometeram ao povo a
liberdade através do sufrágio universal. Hoje depois de aprender com a experiência, e com a política do
poder, eles perderam a fé em seus ideais que se tornaram derrotados e corruptos. Mas tudo parecia tão natural e tão simples: uma vez que os
poderes legislativo e executivo emanavam diretamente de uma eleição
popular, não se tornariam a pura expressão da vontade popular e não
produziriam a liberdade e o bem estar entre a população?
Toda decepção com o sistema representativo está na ilusão de que um governo
e uma legislação surgidos de uma eleição popular deve e pode representar a
verdadeira vontade do povo. O povo espera naturamente que seus interesses economicos ,e a completa ausência de qualquer organização política
ou de poder que possa tolher esta perspectiva, já que toda organização política se destina à negação da liberdade. Estes são os desejos básicos da população mundial. Os desejos dos governantes, sejam legisladores ou executores das leis, são diametricamente opostos por estarem numa posição excepcional.
Por mais democráticos que sejam seus sentimentos e suas intenções, atingida
uma certa elevação de posto, vêem a sociedade da mesma forma que um
feitor vê os escravos, e entre o feitor e os escravos não há igualdade. Quem fala de poder político, fala de dominação. Quando existe dominação, uma grande parcela da sociedade é dominada e os que são dominados geralmente detestam os que dominam. portanto, desde que o poder surgiu no mundo. Isto é o que também explica como e porque os ditos "democratas" e os "radicais" mais violentos, se tornam os maiores defensores do status quo assim que obtêm o poder. A causa principal é apenas a
mudança de posição e, portanto, de perspectiva.
Separada como está do povo, por circunstâncias sociais e econômicas, como
pode a burguesia expressar, nas leis e no governo, os sentimentos, as idéias, e
a vontades populares? É impossível, e a experiência diária prova isto. Na legislação
e no governo, e na elite que a controla , ela é dirigida principalmente por seus próprios interesses e preconceitos, sem levar em conta os interesses do população mundial.Pois, terminada as eleições , a necessidade se curvar ao povo com promessas termina, e a sua vontade se torma complacente com os ditames economicos desta elite.E o povo sem o tempo e o espaço de poder, fica a deriva sem ver suas necessidades atendidas. Portanto,não se pode esperar que o povo, oprimido pelo trabalho e ignorando a maioria das "razões" de Estado, supevisione a contento seus representantes. Na realidade, o controle exercido pelos eleitores aos seus
representantes eleitos é pura ficção, já que é um objeto de retorica,visto que,tal mundo no sistema representativo, jamais se realizou.